Barreiro Rocks : Dois dias de farra na margem sul

O Barreiro Rocks terminou esta madrugada naquela cidade da margem sul do tejo e é tempo agora de relatar o que de mais importante se passou no pavilhão dos Ferroviários durante os dois dias do evento, que ficou marcado (como já vem sendo habitual) por excelentes concertos, muita animação e uma figura mitica: o crooner Vieira.

Sexta-Feira, 2 Dezembro
Depois da introdução ao festival, a cargo do grande Vieira (creio que já ninguem consegue imaginar o Barreiro Rocks sem este senhor), coube a Maria Reis e Júlia Reis aka Pega Monstro a honra de abrir as "hostilidades" no palco de concertos do pavilhão dos Ferroviários, podendo afirmar com plena convicção que as duas irmãs oriundas da vizinha Lisboa foram uma agradável surpresa para mim, que ainda não tinha tido a oportunidade de as ver ao vivo.
Musicas rápidas e sem lamechices que ficam logo no ouvido, as Pega Monstro são daquelas bandas a explorar por quem ainda não conhece e gosta de descobrir o que de bom se vai fazendo por cá.
Os amigos espanhois Fabuloso Combo Espectro foram a primeira banda internacional a actuar na sexta-feira, vinham ao Barreiro apresentar o seu homonimo album de estreia e a verdade é que conseguiram fazer com que o disco, o qual recebi com bastante agrado, soasse ainda melhor ao vivo.
Conhecedores do publico barreirense pelas presenças em anteriores edições do evento com outras bandas ou apenas como espectadores, os madrilenos agradaram e deixam saudades quando os vimos abandonar o palco no termo da sua actuação.
A seguir, mais um grande momento de rock protagonizado desta feita pela dupla norte-americana Dex Romweber Duo.
Este foi um concerto há medida do que são as bases do "BRocks", onde a musicalidade "garageira" com sentimento é quem mais ordena e provando que Jack White teve palavras sábias quando afirmou que Dex "é um dos segredos mais bem guardados do rock n roll underground".
Cabeças-de-cartaz, os Pierced Arrows (na foto, que foi cedida pelo Frank Marques Blog em exclusivo para esta publicação, aproveito desde já para agradecer publicamente) colocaram a "cereja no topo do bolo" do primeiro dia do evento com um concerto que não terá deixado nenhum dos presentes indiferente à sonoridade da banda de Portland, que ainda deu o enorme prazer à organização de se manter em Portugal para assistir aos concertos do segundo dia do festival.
Já em ritmo after-party e pelas 3h30 da madrugada, os "camarros" Tracy Lee Summer mostraram uma vez mais (como se tal fosse preciso) que são uma das melhores bandas do nosso país no genero musical em que estão inseridos, fechando com chave de ouro a festa no pavilhão.
Uma palavra para este gig: explosivo!!!
Como o Barreiro não dorme em dia de festival, ainda foi tempo de dar uma saltada ao Control, bar que se associou ao evento e manteve as portas abertas até bem perto das 8h da matina.

Sabado, 3 Dezembro
O segundo dia ficou desde logo marcado pelo arranque em grande ritmo protagonizado pelos Sonic Reverends, que aqueceu e bem as hostes que esperavam pelo "triunvirato" de Memphis que se tinha deslocado ao nosso país para este festival, mostrando que tambem eles poderiam perfeitamente sair de qualquer garagem daquela cidade norte-americana.
A primeira dessas bandas a entrar em palco foram os Limes de Shawn Cripps, que ainda antes da azafama dos concertos me tinha confidenciado que estava visivelmente satisfeito com o que encontrou no nosso país "Vou muitas vezes há fronteira com o México e adoro aquele país. Portugal faz-me lembrar um pouco isso e estou a adorar".
Já depois de um espectaculo que agradou sobremaneira aos presentes (eu ainda me lembrei do senhor Elvis Presley um par de vezes) Shawn viria a deixar ao Musica Escrita mais umas palavras de apreço para a organização do evento "Keep on the good working".
Harlan T.Bobo foi o senhor que se seguiu e o espírito de Memphis manteve-se bem vivo dentro do pavilhão, com o country/folk/rock de fino recorte a ecoar nas paredes com grande requinte.
Jack Oblivian era o nome mais esperado e a verdade é que não defraudou, mesmo cansado por mais de um mês de espectaculos diários e dando uma "mãozinha" nas três bandas que vieram a este ultimo dia do festival.
Sempre com o garage/punk no horizonte, Jack O. foi tocando temas dos seus vários discos, inclusive do ultimo "Rat City" até Shawn Cripps "invadir" o palco e colocar toda a gente a cantar com uma poderosissima cover de "Seek And Destroy" (video).
Depois de tudo isto poderia dizer que estava vista a décima-primeira edição do Barreiro Rocks, mas estaria a deixar de fora um dos grandes espectaculos do evento, nada mais nada menos que a actuação de mais uns amigos espanhois, neste caso os Greasy & Grizzly, agora radicados em Santander e que deixaram completamente eufóricos os resistentes a dois dias de farra non-stop.
Diz quem andava pelo Barreiro, que pelas 11h00 da manhã de Domingo ainda era possivel vislumbrar festivaleiros na "Avenida da Praia".............que venha 2012 !!!!!!!