segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Entrevista a Nick Nicotine

Depois de muitos anos de trabalho arduo em prol da musica, o Barreiro e as suas bandas parecem finalmente ver o seu trabalho a dar frutos ao nivel do reconhecimento da imprensa em 2010.
Um dos grandes responsáveis por colocar esta cidade da margem sul no mapa musical é sem duvida Carlos Ramos ou se quiserem : Nick Nicotine.
Organizador do Barreiro Rocks (completa este ano a décima edição), Fundador da Hey, Pachuco! Records, Compositor, Produtor, membro de bandas como The Act-Ups, Los Santeros, The Ballyhoos ou Nicotine´s Orchestra, Nick Nicotine prepara-se para lançar o novo album de originais "Ghosts and Spirits" na próxima segunda-feira, dia 4 de Outubro e a Musica Escrita aproveita a ocasião para entrevistar o musico.


Como surgiu o nome Nick Nicotine?


- Foi o meu amigo Pedro Manuel (Drope) que me baptizou. Na altura tocava com o Valter Ulisses numa banda chamada Jekyll’s Lovers, que nunca tocou ao vivo nem gravou (nem sei se chegou a ser uma banda, na realidade). O referido mentor achava que deviamos ter nicknames, alcunhas, e o Drope sugeriu-me Nicotine Nick. Eu, como sou um gajo esperto, inverti o nome para Nick Nicotine (muito melhor). Quero referir que à altura era um não-fumador de 21 anos e como, para além de ser esperto, sou um gajo que se empenha, desatei a fumar desenfreadamente, só tendo parado há coisa de dois meses.

Ao principio eras apenas tu, em que medida a adição de novos elementos transformou a sonoridade do projecto ?

- A parte de composição e gravação na orchestra passa exclusivamente por mim. Acontece que neste disco quis ouvir mais instrumentos e desliguei-me da obrigatoriedade de gravar no formato one-man-band. Isso transformou a sonoridade da Orchestra, tornou-se algo mais complexo e impossível de reproduzir ao vivo. Assim sendo, nos concertos toco com uma banda adequada ao espaço do espectáculo, ou seja, não é totalmente certo que não regresse ao formato a solo. Essa banda que me acompanha é, também ela, muito volátil. O facto de não ter posições fixas nem uma banda fixa, para já, dá-me a oportunidade de trabalhar com músicos bastante diferentes. Penso que isso também será bom para quem vê os concertos, dado que cada músico interpreta com o seu cunho pessoal as músicas que eu gravei, tornando cada concerto em algo único.

Quais as principais influencias na vossa musica ?

- Suponho que sejam as músicas que me dão prazer ouvir, nomeadamente soul, rock and roll, folk, country, pop, hip-hop e o strikismo positivista, claro. [Cf. http://internacionalstrikistapositivista.blogspot.com/]
Não sou gajo de não gostar de muita coisa, é tudo bom e aproveitável.


Fala-nos um pouco sobre "Ghosts and Spirits"....

- Foi um disco que nasceu da oportunidade de ter um estúdio nas mãos e poder aproveitar todo o tempo livre para trabalhar. Essa é a principal razão pela mudança de som – as músicas começaram a ser gravadas no formato one-man-band, apenas com guitarra e uma bateria mínima, mas depois fui acrescentando alguns instrumentos a esses mesmos temas e quando dei por mim tinha dezenas de pistas gravadas. Desliguei completamente do formato inicial e comecei a compôr sem pensar no momento seguinte, o tocar ao vivo. Quando cheguei ao fim tinha um disco que parecia ter sido tocado por uma banda enorme, com coros e tal...


Tens tocado faixas do novo album ao vivo. Qual tem sido a reacção do publico?

- Não fogem e algumas pessoas até dizem que gostam. Perdida que está a reacção “hein, o gajo toca bué merdas ao mesmo tempo, fixe!”, passado que está esse síndrome do macaquinho malabarista, reparo que o público agora centra-se mais nas canções. Gosto disso.


Já partilhaste o palco com várias bandas de renome. Agora que tens aí muitas datas para apresentação deste trabalho podes dizer-nos qual o concerto que mais te marcou até hoje ?

- Gostei muito de um concerto no palco internacional no Avante, há uns anos. Optei por tocar no meio do público, montei a bateria em frente ao palco, e quando dei por mim tinha centenas de pessoas a centímetros da minha cara. Foi giro. Com os Act-Ups são dezenas de concertos que me ficaram retidos na memória – não consigo eleger o mais marcante...


Como decorreu a gravação do videoclip de "Oh Night" com a Joana Linda ?

Foi perfeito. Correu tudo bem, desde o processo de criação até à produção do mesmo. É um prazer trabalhar com pessoas tão talentosas como a Joana Linda. Quando acabei de gravar o disco queria fazer um video para o ”oh night” e a Joana Linda foi a primeira realizadora de que me lembrei, mas não tinha nenhum contacto com ela. A Vera Marmelo, que tiirou as fotos da capa e de promoção – outra grande artista – apercebeu-se do que se estava a passar e disse-me que conhecia a Joana. Pôs-nos em contacto e o resultado final foi muito agradável.


Onde podemos encontrar o disco à venda?

- Nas melhores lojas de discos, ou seja, as pequenas bem como nas Fnacs. Podem também aparecer nos concertos e comprá-lo lá ou através do myspace da Hey, Pachuco! e da Nicotine’s Orchestra.


Para conhecerem mais sobre Nick Nicotine visitem :
http://www.myspace.com/nicotinesorchestra

Oh Night


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